Pensar nos nossos
defeitos,
vícios e
manias não é nem de
longe a atitude mais fácil de tomar, há dias, em que acordamos
inspirados a enxergá-los.
Nesses infortunados dias, descobrimos marcas no rosto que nem sabíamos
que possuímos, percebemos que não temos a melhor imagem ao acordar,
que o cérebro não funciona direito com fome, sono, mal-humor. Acabamos
esse dia com a sensação de termos desperdiçado todo o tempo
que possuímos, que nada que fazemos presta, e a vida não tem sentido
nenhum, simplesmente porque somos uma criatura terrivelmente sem virtudes. Mas,
nem sempre é assim.
Graças a Deus, há os dias completamente positivos, acordamos sorridentes,
as bochechas parecem mais coradas, o cérebro mais rápido, a voz
mais suave... Nesses dias, definir um defeito próprio é quase impossível,
e quando encontramos, é dito com graça, entre risadas e histórias
divertidas.
Hoje tenho que pensar num defeito, não me encontro em nenhuma das duas
situações, mas encontrei um bem definido:
Desorganização.
Ser organizada nunca me pareceu necessário ou vantajoso, porque, com certeza,
se organização viesse sob essa aparência, eu já teria
mudado.
A desorganização toma conta de mim, quem me conhece sabe, minha
bolsa é uma
bagunça,
bagunço as folhas de
fichários,
os papéis ao lado do computador, meu guarda-roupa. Até minha
carteira da escola abriga uma pequena "
zoninha": mais de um livro sobre a
mesa, canetas coloridas, agenda e folhas de fichário, a da aula anterior,
a da atual, e da próxima aula que terei, há dias em que meu relógio
também está lá, às vezes incomoda, sabe?
O meu quarto é a
bagunça maior, guardo papéis, tenho dezenas
de revistas, livros, apostilas, tudo distribuído pelas paredes, disputando
lugar com pôsteres diversos. Minha cama nunca está vazia, meu guarda-roupa
não sabe o que é
ordem, e com freqüência encontro objetos
que eu até desconhecia a existência.
Com sinceridade, não acho que essa minha ¿mania¿ precisa ser
exterminada. Chegou no meu cantinho, e me sinto aconchegada pelas suas peculiaridades,
jogo a mochila num canto, e me jogo na cama (arrumada, pelo menos isso eu faço),
às vezes deito em cima do mp3, ou do fone de ouvido, acontece, de lá posso
ver meus livros um ao ladinho do outro, por vezes, algum fica sobre os outros,
o último que foi folheado, estico o braço e pego uma revista no outro armário,
e se precisar fazer um teste, posso pegar uma caneta sem procurar muito. Ser
desorganizada me traz alguns problemas, admito, mas em geral, quando acordo sorrindo
e dando bom dia, eles não me afetam.